terça-feira, 15 de setembro de 2009

Prosperidade na terra é promessa do diabo




“De graça recebestes e de graça dai” (Mt 10.8), Jesus estava sempre advertindo seus seguidores a respeito do cuidado que se deve ter contra os mercenários (Jo 10.1,12). O Apóstolo Pedro também advertiu a igreja a respeito dos falsos profetas espertalhões que “movidos por avareza”, procurariam fazer comércio da boa fé do povo de Deus. (2Pe 2.3). Isto é fruto da maldita teologia da prosperidade que o que produz na verdade é a prosperidade de seus pregadores. O Apóstolo Paulo alerta a Igreja contra os falsos profetas e pastores que ensinam heresias por pura ganância: “Aos quais convém tapar a boca; homens que transtornam casas inteiras ensinando o que não convém, por torpe ganância.” [Tt 1:11].

A teologia da prosperidade é produto desta sociedade de consumo, prometendo conceder através da fé tudo aquilo que as propagandas dizem que uma pessoa precisa ter para ser feliz. Transforma a fé em uma varinha de condão e faz do nome de Jesus, uma espécie de abracadabra ou lâmpada de Aladim para a realização de todos os sonhos despertados pela sociedade de consumo. Diante da grande mentira de que o prazer, o sucesso e o bem-estar físico, econômico e social são o grande alvo da vida e que tudo isto está acessível a todos. Iludido, o freguês busca no consumo a realização imediata deste ideal, mas tem de lidar com a realidade de uma vida de privações, injustiças, lutas e muitos sofrimentos. Frustrado, desamparado e só está o freguês, que se sente fracassado e oprimido pela ditadura do ter. Agora, nem na igreja, encontra ele respostas para a sua dor, mas apenas ainda mais culpa por não ter tido fé suficiente para ter sido bem sucedido na vida profissional ou para ter sido curado de algum mal.
Mas, as vítimas deste golpe não são tão inocentes assim, como bem falou o Apóstolo Paulo dizendo que “… os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores. Tu, porém, ó homem de Deus, foge destas coisas; antes, segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão” (1Tm 6.4-11).
A espiritualidade cristã não pode ser confundida com prosperidade financeira, nem com sucesso e nem com saúde. Pois, fosse este o caso, não poderíamos considerar nem a Jesus e nem os apóstolos como homens espirituais, visto que eram pobres, ficavam doentes, passaram muitas necessidades, sofreram perseguições, foram presos, desprezados pelo mundo e foram martirizados. Jesus mesmo disse que não tinha onde reclinar a cabeça (Mt 8.20) e não tinha dinheiro sequer para pagar o imposto, tendo que solicitar a Pedro que pescasse um peixe que teria uma moeda dentro de si que serviria para pagar esta divida (Mt 17.24-27), pois sabemos que Jesus, sendo rico se fez pobre (2 Co 8.9). Pedro e João disseram claramente que não possuíam ouro nem prata (At 3.6). Paulo experimentou período de pobreza (Fl 4.11, 2 Co 6.10, Tg 2.5). Comunidades inteiras de cristãos do Novo Testamento eram muito pobres (2 Co 8.2, Rm 15.26, Ap 2.9). (...)
(...) Com isto, não queremos dizer que Deus não possa prosperar ou curar. Dizer que Deus pode não é o mesmo que dizer que ele deva. A teologia da prosperidade nega a soberania de Deus, quando ensina que o uso da expressão “se for da Tua vontade” anula a fé e destrói a oração. Mas Deus tem vontade própria! Somos nós quem devemos nos sujeitar a vontade dele e não ele a nossa. Enquanto a Teologia da Prosperidade ensina a orar exigindo e reivindicando coisas de Deus, a Bíblia ensina que nós não sabemos orar como convém (Rm 8.26), por isso é que a gente, às vezes, pede e não recebe, porque pede mal (Tg 4.3). Portanto, devemos orar de acordo com a vontade de Deus assim como orou Jesus no Getsêmani: “Não seja feita a minha vontade, mas a tua (Lc 22.42), pois “esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve” (1Jo 5:14).
Concluo trazendo à nossa memória o texto de Daniel 3.15 a 18 que mostra que Sadraque, Mesaque e Abede-Nego não eram adeptos da teologia da prosperidade, mas, sim, da teologia da “possibilidade”. Pois eles confessavam crer no poder de Deus para libertá-los das mãos do Rei, mas entendiam que Deus poderia ter outro plano e estavam dispostos a entregarem-se totalmente à vontade de Deus seja ela qual fosse. “Se o nosso Deus, a quem servimos, quer livrar-nos, ele nos livrará da fornalha de fogo ardente e das tuas mãos, ó rei. Se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que levantaste”.
Portanto, “cuidado com os falsos profetas” (Mt 7.5, 15; 24.11; Mc 13.22; 2Tm 4.1-5)!


Trechos recortados. Veja a íntegra desse texto no blog do Pr. Jair Haleplian Pires
http://www.prjhp.com.br/?p=54


As vezes me faltam palavras... Por isso copio de quem consegue tê-las, rsrs.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Concordar ou discordar é extremamente saudável. Emita sua opinião. Afinal, só não muda de conceito aquele que não quer aprender... O que você tem a me dizer?